Arquitetura efêmera
o Catetinho – palácio, museu… catedral?
Palavras-chave:
Arquitetura efêmera, arquitetura moderna em madeira, patrimônio culturalResumo
Este artigo se propõe a refletir a efemeridade na arquitetura, a partir do Catetinho, em uma perspectiva preservacionista. De caráter inicialmente efêmero, considerado a primeira construção de Brasília, o Catetinho, atualmente patrimônio cultural, averigua, em sua permanência, a estabilidade temporal da arquitetura. Por meio de pesquisa, coleta, sistematização e análise de dados documentais e referenciais teóricos, o texto segue uma linha de pesquisa histórica-interpretativa alicerçada na história e teoria da arquitetura e se aproxima de questões filosóficas. O Título “Arquitetura efêmera: o Catetinho – palácio, museu… catedral?” carrega em si o sentido das discussões subsequentes do texto. De Palácio de Tábuas a museu, o artigo defende o edifício como “catedral “ da efemeridade que carrega em si uma essência ou substância que, mesmo intangível, é capaz de manter-se viva e presente na memória coletiva, criando um fio inteligível de significados, por vezes impermanente, ao longo do tempo.
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