Fachadas que respiram
Palavras-chave:
arquitetura moderna, elementos de fachada, Rio de JaneiroResumo
A arquitetura moderna brasileira ofereceu um território fértil para a experimentação das mais variadas formas de mediação entre exterior e interior, como brises, venezianas, treliças de madeira, elementos vazados e amplos beirais. A aplicação destes elementos nas fachadas dos edifícios em altura provocou questionamentos sobre a própria natureza da fachada na era moderna. As fachadas desses edifícios passaram a desempenhar três funções simultaneamente: 1) uma função prática, delimitando e oferecendo condições básicas para a realização das atividades para as quais os edifícios se destinam; 2) uma função operativa, reduzindo a temperatura interna e 3) uma função simbólica, conferindo uma face à instituição ou à função que ali é desenvolvida. Este artigo busca desenvolver este argumento, por meio de um olhar mais atento para dois exemplares da Escola Carioca, a sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) (19361938), de MM Roberto, e o Parque Guinle (19481954) de Lucio Costa.
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