GÊNERO E PATRIMÔNIO
Redefinindo os valores da arquitetura moderna
Palavras-chave:
arquitetura moderna; patrimônio moderno; mulheres na arquitetura; projeto como patrimônioResumo
É sabido que o contexto social e político de consolidação da arquitetura moderna propiciou uma série de pagamentos históricos e banalizações projetuais. Um desafio a ser superado é o resgate de projetos que, mesmo quando não construídos, ou quando demolidos ou deteriorados, continuam a expressar ideias e valores significativos. Considerando que cada projeto incorpora uma variedade de circunstâncias que contribuem para o seu valor, observa-se que legados sociais se refletem na desvalorização do trabalho das mulheres no campo da arquitetura e do urbanismo. Sabendo-se que algumas obras projetadas por arquitetas podem ter passado por um algum tipo de degradação e/ou demolição, a abordagem de Pellegrini (2011), de que o projeto em si pode ser considerado patrimônio, apresenta-se como uma alternativa para a ampliação do leque referencial do acervo moderno. Diante dessas constatações, através de uma revisão bibliográfica, o presente artigo se propõe a apontar possibilidades de preservação do legado da arquitetura moderna e identificar causas que podem ter ofuscado a trajetória de inúmeras arquitetas e urbanistas, a partir da proposta de Pellegrini (2011), utilizando o projeto como um patrimônio dotado de valores passíveis de preservação para além de suas dimensões físicas e materiais, ou seja, um documento gráfico capaz de proporcionar inclusões.
Referências
COSTA, Júlia Mendonça. O vão feminino – Historiografia arquitetônica brasileira. 14º Seminário DOCOMOMO Brasil. Belém. 2021.
FONTES, Marina Lima de. Mulheres invisíveis: a produção feminina brasileira na arquitetura impressa no século XX por uma perspectiva feminista. Dissertação de mestrado. Brasília. 2017.
GATÍ, Andréa Halász. Esposas: atuações em Arquitetura, Interiores e Design. IV Enanparq. Porto Alegre. 2016.
LIMA, Ana Gabriela Godinho. Arquitetas e arquiteturas da América Latina do século XX. Editora Altamira. 2014.
LIMA, Ana Gabriela Godinho; ZEIN, Ruth Verde. Não somos arquitetas fáceis. Revista THESIS. Volume 7. 2023 – 2024.
PELLEGRINI, Ana Carolina Santos. Quando o projeto é patrimônio: a modernidade póstuma em questão. Tese de doutorado. Porto Alegre. 2011.
SILVA, Fernanda Araújo Félix da. Onde estão as mulheres arquitetas maceioenses? Um levantamento sobre a produção arquitetônica feminina em Maceió, desde a década de 50 até os dias atuais. Maceió, 2018.
SILVA, Fernanda Araújo Félix da. Onde estão as mulheres arquitetas maceioenses? As pioneiras. In: GATÍ, Andréa; NASLAVSKY, Guilah (org.). Brasil, Nordeste, Mulheres Arquitetas: Migrações, regionalismo e gênero. Maceió, 2021.
VALENÇA, Maria Luíza Rocha Mariz; LINS, Rafaela Silva. Ilustres desconhecidas: A trajetória das arquitetas no Recife. In: GATÍ, Andréa; NASLAVSKY, Guilah (org.). Brasil, Nordeste, Mulheres Arquitetas: Migrações, regionalismo e gênero. Maceió, 2021.
WAISMAN, Marina. O interior da história: historiografia arquitetônica para uso de latino-americanos. São Paulo, 2013.
ZEIN, Ruth Verde. In: GUERRA, Abílio; LARA, Fernando Luiz; SANTOS, Silvana Romano (Org.). Leituras Críticas. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2018.
ZEIN, Ruth Verde. O vazio significativo do cânon. In: V!RUS, São Carlos, n. 20, 2020. [online]. Disponível em: http://www.nomads.usp.br/virus/virus20/?sec=4&item=1&lang=pt Acesso: 04 Mai 2021.
ZEIN, Ruth Verde. Revisões historiográficas: arquitetura moderna no Brasil. São Paulo: RIO Books. 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Victória Vicente, Julia Mendonça Costa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Docomomo Brasil não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidos por seus autores. A submissão espontânea de qualquer artigo à Revista implica automaticamente na cessão integral dos direitos autorais do artigo ao Docomomo Brasil (Seção Brasileira do Comitê Internacional para a Documentação e Conservação de Edifícios, Sítios e Conjuntos do Movimento Moderno).
Os autores são incentivados a distribuírem livremente os artigos aprovados e criarem links para os artigos em suas páginas pessoais, e repositórios institucionais de divulgação científica, seguindo os critérios do Creative Commons Attribute Licence 3.0, que permite o uso e citação gratuita do trabalho, mediante a clara identificação dos autores e dos dados da publicação.
Os dados pessoais informados ao periódico serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros.