UM NOVO GUIA DE ARQUITETURA MODERNA PARA O CENTRO HISTÓRICO DE BELÉM

novo locus, novas fontes

Resumo

Está em construção o primeiro guia de arquitetura moderna da cidade de Belém. As primeiras pesquisas realizadas pelo Lahca/UFPA destacavam edificações localizadas ao longo do que Celma Chaves denomina “Eixos de Modernização”. Baseada em uma historiografia em revisão, a qual assume as heterogeneidades e não-linearidades dos objetos históricos, essa “ausência” de obras em demais pontos da cidade passou a ser questionada. Instigou-se a subversão de olhares, fontes, espaços e tempos e, assim, vem se consolidando uma produção científica que tensiona o par modernidade/modernização e o estende para além dos Eixos, e assim, a arquitetura moderna no Centro Histórico de Belém (CHB) se afirmou como locus de pesquisa, englobando bairros como Cidade Velha, Campina e Reduto. Essa tensão entre tempos (antigo x novo) ajuda a ilustrar o porquê dessas áreas não serem imediatamente associadas ao que se toma como “moderno”. Tomou-se, portanto, as noções warburguianas de tecer associações entre elementos não comumente associáveis, e assim o CHB foi eleito como objeto. Nesta área foram encontrados mais exemplares do que o previsto, o que complementou o acervo existente. O Guia objetiva tornar-se uma nova fonte documental, e está alicerçado em fundamentos conceituais e elementos da visualidade moderna na Amazônia, de modo a visibilizar as arquiteturas de referência moderna incipientemente identificadas em estudos anteriores. O objetivo deste artigo, portanto, é apresentar a construção técnica e epistemológica deste Guia, considerando novos recortes espaciais que darão outros nortes à documentação das transformações da cultura arquitetônica da cidade na segunda metade do século XX.