TOMBAMENTO, PAISAGEM URBANA E POLÍTICAS PÚBLICAS

o caso do Bairro paulistano de Higienópolis, 1992-2014

Autores

Palavras-chave:

Paisagem urbana, patrimônio ambiental urbano, inventário, órgãos de preservação

Resumo

Este artigo apresenta, analisa e discute o extenso processo de tombamento de imóveis no bairro paulistano de Higienópolis, iniciado pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo em 1992 e concluído mais de 20 anos depois. O objetivo do estudo é investigar a perda da visão integrada da paisagem urbana e a influência das gestões políticas municipais ao longo desse processo. Durante sua tramitação, a perspectiva de um entendimento mais amplo da paisagem urbana e ambiental do conjunto de bens a serem protegidos foi gradativamente abandonada. Essa fragmentação resultou no enfoque dos edifícios considerados isoladamente, reduzindo a capacidade de compreensão do conjunto do tecido urbano e dos elementos constitutivos do bairro, que configuram seu patrimônio ambiental urbano. A metodologia da pesquisa associa a análise documental – documentação primária – e histórica dos processos administrativos de tombamento ao exame das discussões e procedimentos ocorridos durante sua tramitação. Os resultados apontam que a condução fragmentada do processo de tombamento parece ter beneficiado especialmente os interesses do mercado imobiliário, exemplificados na construção do Shopping Higienópolis. Considerou-se, nesta trajetória, o papel desempenhado pelas diferentes administrações municipais na preservação do patrimônio urbano do bairro de Higienópolis no período 1992-2014.

Biografia do Autor

Fernando G. Vázquez Ramos, Universidade São Judas Tadeu

Docente e coordenador do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade São Judas Tadeu. Bolsista do Instituto Ânima. Foi coordenador do Núcleo Docomomo São Paulo (2018–2020). Foi coeditor da revista arq.urb (2010–2019). Doutor Arquiteto (Universidad Politécnica de Madrid, 1992); Magister em Estética e Teoria de las Artes (Instituto de Estética y Teoría de las Artes de Madrid, 1990); Técnico Urbanista (Instituto Nacional de Administración Pública de Madrid, 1988) e Arquiteto (Universidad Nacional de Buenos Aires, 1979). Pesquisa e publica sobre arquitetura moderna, representações e teoria da arquitetura e relações entre arquitetura e arte.

Andréa Tourinho, Universidade São Judas Tadeu

Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Mestre em Estética e Teoria das Artes pela Universidad Autónoma de Madrid e graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu e do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu (São Paulo-SP). Trabalhou com políticas públicas na Prefeitura Municipal de São Paulo, nas áreas de preservação do patrimônio e desenvolvimento urbano. Atualemente é conselheira do Condephaat.

Katiuscia Lopes de Faria, Universidade São Judas Tadeu

Arquitetura e Urbanista pela Universidade Braz Cubas, UBC, Mogi Das Cruzes (2001), com cursos Lato Sensu em design de interiores, neuroarquitetura e Arquitetura Legal. Atualmente é mestranda do Programa de Pós-graduação em Arqutietura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu.

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Publicado

2024-12-23

Edição

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Artigos