Arquitetura efêmera

o Catetinho – palácio, museu… catedral?

Autores

  • Maritza Dantas Universidade de Brasília
  • Ana Elisabete Medeiros Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Arquitetura efêmera, arquitetura moderna em madeira, patrimônio cultural

Resumo

Este artigo se propõe a refletir a efemeridade na arquitetura, a partir do Catetinho, em uma perspectiva preservacionista. De caráter inicialmente efêmero, considerado a primeira construção de Brasília, o Catetinho, atualmente patrimônio cultural, averigua, em sua permanência, a estabilidade temporal da arquitetura. Por meio de pesquisa, coleta, sistematização e análise de dados documentais e referenciais teóricos, o texto segue uma linha de pesquisa histórica-interpretativa alicerçada na história e teoria da arquitetura e se aproxima de questões filosóficas. O Título “Arquitetura efêmera: o Catetinho – palácio, museu… catedral?” carrega em si o sentido das discussões subsequentes do texto. De Palácio de Tábuas a museu, o artigo defende o edifício como “catedral “ da efemeridade que carrega em si uma essência ou substância que, mesmo intangível, é capaz de manter-se viva e presente na memória coletiva, criando um fio inteligível de significados, por vezes impermanente, ao longo do tempo.

Biografia do Autor

Maritza Dantas, Universidade de Brasília

Arquiteta e Urbanista. Mestre em Patrimônio e Preservação, Área Teoria, História e Crítica pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília – UnB

Ana Elisabete Medeiros, Universidade de Brasília

Doutora. Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília Universidade de Brasília – UnB

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Publicado

2023-05-29

Edição

Seção

Artigos